Quando decidi parar de rolar o feed, eu descobri que minha vida não era tão ruim assim.

Antes de mais nada, entendo que muitos negócios florescem e se desenvolvem graças às redes sociais. Sei que elas são o ganha-pão de milhares de pessoas. Esse é o lado bom das redes sociais. Mas aqui quero abordar o que elas fazem em nível pessoal, como mexem com a nossa autoestima e como se livrar desse sentimento de insignificância após rolar pelas “vidas perfeitas” que pululam no feed do Instagram.

Quem nunca fechou o Instagram, suspirou e se sentiu mais triste do que antes de abrir? Não, não é só você. As redes sociais são viciantes, e todo mundo já sabe disso. O vício em dopamina pode ser comparado a qualquer outro tipo de vício. Com os doces, por exemplo: você tem um pico de prazer, mas quando ele passa, volta para a morosidade do dia a dia e, o pior, se sente a pessoa com a vida mais monótona e sem perspectiva que existe. Mas calma — nem tudo está perdido, e eu posso provar.

Antes de mais nada, vamos falar de alguns dados alarmantes.

Segundo a Royal Society for Public Health, 63% de nós já ficaram rolando o feed e pensaram: “Por que minha vida não é tão incrível quanto a dessa pessoa?”. E adivinha? O Instagram é o campeão nesse jogo sujo de comparação — dizem os pesquisadores da Universidade de Copenhagen, em um estudo de 2016.

Além disso, de acordo com uma pesquisa da American Psychological Association (APA), de 2021, 60% das pessoas relatam que redes sociais afetam sua autoestima negativamente.

Eu, como quase todas as pessoas, ficava por horas no Instagram. Ria dos memes, via como meus amigos estavam, mas, vez ou outra, admirava a vida de uma influencer qualquer em sua viagem à Tailândia. Pessoas em lugares belos e luxuosos, roupas bonitas, rostos e corpos perfeitos. Casas maravilhosas, bem decoradas e espaçosas. Eu erguia os olhos, percebendo (não sem pesar) que a minha vida era totalmente diferente — e muito menos excitante — daquelas que eu via no feed do Instagram.

Eu não tinha acesso aos procedimentos estéticos que deixavam aquelas mulheres com um rosto ou corpo perfeitos, não tinha o dinheiro para ir para aqueles destinos. paradisíacos, não tinha dinheiro nem para ir tomar um café na padaria da esquina. E como eu ficava depois de fechar o Instagram? 

Exatamente: me sentindo um lixo. 

Isso durou por um tempo até que, um belo dia, eu decidi mudar. Deletei sem pensar a minha conta e nunca mais voltei. Sim, no início eu ficava olhando para o telefone sem parar, chegava a abrir a galeria de fotos só para… para o que mesmo? 

Comecei a consumir material sobre saúde mental. Vídeos no Youtube, fóruns de discussão, livros (em formato digital) e busquei estudos como os que mostrei acima. Percebi que eu não era a única a sofrer dos males das redes sociais e do vício em dopamina e fiquei feliz de saber que eu havia saído daquele círculo vicioso de comparação com a vida alheia. 

Vida essa que, na imensa maioria das vezes, não é real. Há diversos vídeos no Youtube desmascarando esses influencers de lifestyle. Carros e mansões alugadas, roupas de grife que são retornadas à loja após a gravação de um vídeo… São tantos os relatos que vi que, no final, eu olhei ao meu redor e me disse: mas minha vida não é ruim não!

A comparação com o Instagram me fez entender que a minha vida não é tão ruim assim porque ela é real. Sem filtros. Sem maquiagem. 

A comparação é uma das piores coisas que podemos fazer para nós mesmos. Ela nos arrasa da pior maneira, nos tornando inimigos de nós mesmos. Eu sei… é difícil não se comparar a um influencer que desfila em um carro importado enquanto você está em um ônibus apinhado de gente, indo para um trabalho que muito provavelmente você odeia. Mas lembre-se: aquela vida no Instagram tem 99% de chance de não ser real. A sua é. E você tem o poder de mudá-la. E aqui eu nem falo sobre se tornar rico da noite para o dia. 

Devemos sim lutar pelos nossos sonhos, “correr atrás”. Estudando, se especializando, buscando conhecimento, uma outra fonte de renda. Todos temos o poder de mudar nossas vidas, em maior ou menor grau. O importante é não se resignar e começar a mudar. Pode ser numa quarta-feira, no meio do mês de outubro. Não importa. Só precisamos decidir. 

Agora, se você acha que, de forma nenhuma, consegue ficar sem redes sociais, aqui vão algumas dicas para que seu tempo “scrollando” seja de qualidade e não de comparação com a vida alheia. 

A Regra dos 3Ts (Tempo, Tipo, Tom):

1 – Tempo: Usar timer. Sim, isso mesmo. Coloque um timer quando entrar no Instagram e, sobretudo, respeite esse timer. (ex.: 15 min/dia por app).

2 – Tipo: Seguir perfis que ensinam ou inspiram (e mutar os que sugam sua energia). Já que você está no Instagram, consuma algo de qualidade!

3 – Tom: Desligar notificações após as 18h.

  • Detox de comparação:
    “Quando ver uma foto ‘perfeita’, pergunte: ‘O que essa pessoa NÃO postou?’”
  • Troca saudável:
    “Substitua 10 min de scroll por 10 min de app de meditação ou audiobook.”

Depois de ler isso,   você está se perguntando: tá… mas o pessoal da autoajuda e saúde mental também está no Instagram!
E que bom que eles estão!!! Imagina o que seria a loucura do Instagram sem essas gotas de sabedoria e cuidado?

Agora lembre-se: redes sociais são ferramentas. Você decide se elas vão ser seu martelo ou sua âncora. Que tal testar UMA dica desta lista hoje?

Fique bem!

Fontes de pesquisa para as estudiosas: Royal Society for Public Health, American Psychological Association (APA), de 2021

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