Lista de tarefas ou lista de desespero?

Se o título já te deu algum gatilho de ansiedade (porque você anda trabalhando demais e fazendo coisas demais), então ele realmente é necessário para você.

Para começarmos, saiba que há dois tipos de listas de tarefas no mundo: aquelas que te guiam e aquelas que te esmagam. Se a sua lista parece mais um roteiro de Missão Impossível do que um plano realista, é hora de repensar. Priorizar não é sobre encaixar tudo – é sobre escolher o que realmente importa sem se afogar em um mar de post-its e autocobrança.

O mito da lista infinita (e por que ela te sabota).

O cérebro humano não foi feito para lidar com 30 tarefas ao mesmo tempo. Segundo pesquisas da Princeton University, a simples visão de uma lista transbordando ativa a amígdala – a região do cérebro associada ao estresse. Em outras palavras, listas caóticas não te deixam produtivo; deixam você em modo de sobrevivência. E qual seria o resultado? Paralysis by analysis: você fica olhando para a lista, sem saber por onde começar, e no fim… procrastina assistindo vídeos de gatinhos e de comidas de rua.

O método 3-2-1: priorização sem drama.

Você já pensou em substituir a Lista do Desespero por algo mais humano? Que tal experimentar a regra 3-2-1?

  • 3 tarefas essenciais (aquilo que, se feito, já te deixa com a sensação de “tá pago”);
  • 2 tarefas secundárias (se sobrar energia);
  • 1 microtarefa bônus (algo rápido, como responder um e-mail ou organizar a mesa).

Se você completar só as três primeiras, já está no lucro. O resto é extra. Essa abordagem reduz a ansiedade porque transforma o sucesso em algo tangível, não em um alvo móvel – e impossível.

“Feito é melhor que perfeito” – e a ciência concorda.

Um estudo da University of Bath mostrou que perfeccionistas tendem a entregar menos projetos que os “praticistas” (pessoas que priorizam conclusão sobre perfeição). Por quê? Enquanto o perfeccionista passa horas ajustando margens de um relatório que já está bom, o praticista já enviou o documento e partiu para a próxima tarefa. É claro que qualidade importa – mas em 80% dos casos, “bom o suficiente” é mais que suficiente.

Sinais de que sua lista de tarefas virou uma armadilha:

  • Você adiciona itens já concluídos só para riscá-los e se sentir melhor (já fiz isso e nunca vou te julgar se você também fizer).
  • Tarefas vagas como “planejar vida” ou “ser feliz” ocupam espaço (isso é meta, não ação);
  • A lista nunca acaba, só se multiplica (send help!).

Priorizando as prioridades.

Foco não é fazer tudo, mas sim o que importa agora. Se você se pegar refém da própria lista, respire e pergunte:

  • Isso vai mudar algo em uma semana?
  • Alguém morre se não for feito hoje? (Se a resposta for “não”, relaxe).

Fique bem!

Fonte citada para as estudiosas:

McEwan, K. et al. (2014). “Perfectionism and Burnout: The Mediating Role of Coping Styles.”  University of Bath. (Sobre como o  perfeccionismo reduz a produtividade real.)

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