Relacionamentos abusivos disfarçados de “amor intenso”: os sinais que todo mundo ignora.

Porque paixão não é sinônimo de dor – e como reconhecer quando o “nós contra o mundo” virou “ele contra você”.

Ele diz: “Ciúme é prova de amor”.
Ela justifica “brigo porque me importo”.
Você se convence de que “ninguém vai me amar assim”.

E assim, o veneno vai pingando, gota a gota, até você esquecer como era respirar sem culpa.

Relacionamentos abusivos raramente começam com violência. Eles começam com flores e promessas, e se instalam devagar – como um gás que você não vê, mas que aos poucos tira seu oxigênio.

Vamos falar sobre os sinais silenciosos que muitas vezes só percebemos quando já estamos com as asas quebradas.

“Amor não dói – Isso é outra coisa”.

Preste atenção aos sinais. Eles existem e nunca mentem. Tenha muita atenção se as coisas abaixo acontecerem com você ou se alguém próximo a você disser que está passando por essas situações: Eles podem ser sinais de que o “amor intenso” pode ser abuso emocional.

  • Você se sente pior, não melhor, quando estão juntos.
  • Seus amigos/família expressam preocupação (e você os afasta para “proteger” o relacionamento).
  • Pedir coisas básicas (como tempo sozinho) vira “egoísmo”.
  • Seu celular vira um território vigiado (“Por que demorou a responder?”).

Uma pesquisa da OMS revela que uma em cada três mulheres sofre violência psicológica em relacionamentos – muitas sem nem nomear como abuso.

Você já ouviu falar em gaslighting? O gaslighting é uma forma de abuso psicológico em que as informações são distorcidas, seletivamente omitidas para favorecer o abusador ou simplesmente inventadas com a intenção de fazer a vítima duvidar de sua própria memória, percepção e sanidade. Basicamente, as informações são distorcidas de forma a fazer você duvidar da sua própria sanidade.

Aqui eu trago algumas frases clássicas usadas por um manipulador:

  • “Você está exagerando.”
  • “Isso nunca aconteceu – você inventa coisas.”
  • “Se eu te magoo, é porque você me provoca.”

Pouco a pouco, você para de confiar na própria memória, emoções e percepções e passa a levar como única palavra o que o abusador está dizendo. Não caia nessa arapuca!

Dependência emocional não é amor – É cativeiro.

Mais uma expressão que todo mundo já ouviu falar ao menos uma vez – ou já experienciou ao menos uma vez na vida. Mas como distinguir o amor saudável da dependência emocional?

  • Amor saudável: você se sente livre para ser você mesmo.
  • Dependência: Você tem medo de perdê-lo, mesmo quando ele te faz mal.

Você quer saber se o que está vivendo no momento é amor ou dependência emocional? Faça-se a seguinte pergunta: “Se a minha melhor amiga estivesse nessa situação, o que eu diria para ela?”

“Mas ele vai mudar…” (Spoiler: ele não vai mudar).

Vamos lá… os ciclos de abuso emocional sempre – e repito: sempre –  seguem sempre a mesma lógica:

  1. Tensão crescente (ele fica irritado por tudo).
  2. Explosão (briga, humilhação, violência).
  3. Lua de mel (promessas, presentes, “nunca mais vou te perder”).

E assim o carrossel gira – até você não saber mais onde começa o medo e termina o amor.

Como sair do labirinto (mesmo se você acha que não consegue).

Passos pequenos, mas possíveis e, por favor: siga esses passos, eles podem literalmente salvar a sua vida.

  1. Conte para alguém de confiança (abuso prospera no segredo).
  2. Documente os episódios (diário, prints – provas ajudam a quebrar a negação).
  3. Ligue 180 (Disque Denúncia) se sentir risco.

Se não puder sair agora:

  • Crie um “plano de fuga” silencioso (dinheiro escondido, contatos de emergência).
  • Não se culpe por ainda estar lá: abuso vicia como droga.

Você merece amor que não precisa ser “suportado”, mas sim, vivido.

Amor não grita.

Amor não isola.

Amor não dói.

Se precisar ouvir isso hoje: Não é sua culpa. Você não está louca. E existe ajuda.

Nota da Aline: se esse texto fez seu coração acelerar, escute-o. Sua mente já sabe. Seu corpo já sabe. Agora, deixe sua coragem saber também.

P.S.: Nenhum abusador merece seu silêncio. Você merece sua vida de volta.

E, sobretudo, fique bem!

Fonte citada para as estudiosas: OMS; Loveisrespect.org; estudos sobre violência psicológica.

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